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Cláudia B. S. Pacheco*, Extrato do livro A Libertação dos Povos – A Patologia do Poder, pág. 232

Mesmo após muitas lutas e reivindicações, a maioria das mulheres ainda atua nos bastidores da sociedade. Não pretendo fazer uma análise de todas as barbaridades cometidas contra as mulheres na história. Já existem muitos trabalhos que informaram bem sobre esposas espancadas e mortas; a discriminação nos empregos; as injustiças quanto a salários e muito mais.

Minha finalidade é alertar para um problema mais sério: como as mulheres vêm contribuindo para fortalecer o sistema de poder. 51% da população do planeta é de mulheres. Se as injustiças permanecem em tal grau entre os seres humanos, concluímos que nós, mulheres, não temos feito um bom trabalho para trazer paz, saúde e progresso para o mundo.

As mulheres estão lado a lado com os homens. Somos nós que convivemos intimamente com eles, que os educamos de crianças até a juventude, que lhes fornecemos os principais valores da existência. Como mães, babás, ou mesmo como professoras nas escolas temos, sem o saber, contribuído para a preservação desse esquema invertido de existência.

Com nosso exemplo e palavras, ensinamos as crianças a servirem e temerem aos poderosos. Não raro são as mães que incutem nos filhos o desejo de fama, poder e prestígio. A mulher não é diferente do homem. Psiquicamente somos até semelhantes demais no desejo pelo poder.

O problema é que a maneira de pensar das mulheres é idêntica à dos homens — querem dinheiro, prestígio e poder.

Os meios de que a mulher dispõe para competir socialmente são diferentes dos do homem — não tem a mesma força física — mas possui outros, dos quais se utiliza ao máximo, e que são por vezes altamente eficazes: a chantagem afetiva, a dependência sexual, a “aparente” fragilidade etc. Como não conseguiu tomar o poder para si, a mulher tenta se juntar aos poderosos para, através de um pacto diabólico, tirar o proveito que puder dentro dessa exploração.

Sim, é vergonhoso. Mas muito poucas mulheres tentaram modificar o status quo dominante. Teríamos conseguido, se tivéssemos nos empenhado neste sentido. O problema é que a maneira de pensar das mulheres é idêntica à dos homens — querem dinheiro, prestígio e poder.

Nós, mulheres, fomos nossas maiores inimigas pois desprezamos nosso poder verdadeiro que é o amor, a dedicação, a intuição, a paciência, a sensibilidade. Temos maior resistência às doenças físicas e à dor e não valorizamos isso. Temos enorme influência sobre as crianças, os homens de amanhã! Poderemos, se nos conscientizarmos disso, forçar a mudança deste mundo infernal para aquele que gostaríamos de viver. Para tal, necessitaremos de uma visão sincera da nossa psicopatologia, a fi m de nos fortalecermos internamente.

 

Artigo Publicado no Jornal STOP – Edição Especial, publicada em parceria com Instituto Keppe & Pacheco | Ano IX – Nº8 

A Fonte de Todas as Perturbações está na Corrupção

As Mulheres e o Poder

Gestão de Conflitos – Psico-Sócio-Patologia

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