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Lidar com a problemática psíquica do ser humano é uma profissão difícil porque é como mexer num “vespeiro” da pessoa. É tocar naquilo que ela tem de mais dolorido, que menos quer ver e que mais mascara. Esse ato de esconder é justamente a causa fundamental de todas as doenças nas pessoas. Isso é somatizar, ou seja, transformar um problema psíquico que não se quer ver, em um problema orgânico.

Qual é o ser mais perigoso da natureza? Seriam as feras, como os ursos e leões? Certamente não. O mais perigoso é o ser humano. Porque o homem (ou mulher) é o único que tem prazer em agredir e em ser mau. O animal não tem conceito de “maldade”: segue a lei da natureza e faz a vontade de Deus – e se não segue é porque tem alguma perturbação introduzida pelo ser humano. Eles são perfeitamente “éticos”, pois ser ético não é seguir ensinamentos ou convenções sociais, mas agir de acordo com os princípios e energias harmoniosos. Por isso, precisamos tentar descobrir o que está errado no nosso organismo, na nossa vida e na nossa cabeça para deixarmos a energia natural fluir e funcionar.

Muita gente diz: “Eu não pedi para nascer”. Isso mostra que o ser humano assume verbalmente, conscientemente, que ele é contra a vida – e é justamente essa atitude contra o bem que traz todas as doenças.

Voltando aos animais – eles têm sempre uma utilidade dentro da natureza. Assim, quando se diz que o ser humano mau é um animal, trata- se de uma “ofensa” a eles. O ser humano mais se assemelha aos demônios, porque estes eram seres de luz, mas negaram e rejeitaram ser o que poderiam ser, devido à inveja que têm. Segundo a teologia, os demônios (anjos decaídos), Lúcifer ou Satanás, eram seres de luz. Melanie Klein fez um estudo muito bonito a esse respeito, comparando os esquizofrênicos graves com essa atitude do demônio, que tem uma atitude de negar toda a luz que possui em si mesmo e dar o contra pela inveja.

Ainda mais perigoso que um ser humano comum é o ser humano poderoso. Porque o indivíduo, quando tem poder, geralmente realiza todo o mal que quer, e antes não podia realizar. Por isso, muitas vezes um presidente chega ao poder e acaba fazendo tudo diferente do que prometia quando estava em campanha, ou seja, antes estava embaixo com o povo, e depois em cima com os bancos – pisando na população.

Se o ser humano não se conscientiza da própria patologia, ele usa o poder para deixar toda a patologia à solta, usa a vontade invertida dele para destruir, atacar, roubar e ser egoísta. Enfim, o poderoso, de modo geral, faz tudo de mal que ele quer fazer e tira muito prazer com isso. É por isso que geralmente ele não solta o poder – a pessoa morre, mas não deixa o poder.

Pior de todos ainda é o poderoso doente e há os que se esmeram na patologia, como Bush ou Hitler – estes são pessoas que pegam o poder para dar vazão a toda sua teomania (mania de se acharem Deus).


Cláudia B. S. Pacheco*
Extrato do livro Medicina Psicossomática Trilógica Saúde Integral

*Psicanalista e escritora, com 12 livros publicados. Vice-presidente da SITA, presidente e fundadora da Associação Keppe & Pacheco e da STOP a Destruição do Mundo.


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