O jogador inglês David Beckham ganhou, em 2011, US$ 40 milhões - a metade do que governos do mundo reservam para cuidar do meio ambiente global. Apenas US$ 80 milhões é o orçamento anual do Pnuma, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês), que existe há 40 anos e tornou-se um dos pontos principais do debate da Rio+20, a conferência das Nações Unidas que acontece em junho, no Rio. "O que é importante é saber se os países querem fortalecer seus ministros de meio ambiente e desenvolver uma política verde de verdade", diz Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma. "Ou se o ambiente virá sempre em segundo, terceiro, quarto lugar."
Mais de 130 países - todos os europeus e todos os africanos - querem que saia da conferência do Rio a decisão de fazer do Pnuma uma agência especializada da ONU, como a OMS é para a Saúde. Trata-se de dar o mesmo status para a área ambiental. Os Estados Unidos não querem. O Brasil prefere a opção de criar um conselho de desenvolvimento sustentável e "fortalecer" o Pnuma. Isso significa tornar universal a participação no braço ambiental do planeta (seu conselho tem apenas 58 países-membros) e obrigatória a contribuição orçamentária, que hoje é voluntária, oscilante e vulnerável às crises econômicas. Mas deixá-lo como um programa, com sede em Nairóbi, no Quênia, e com decisões subordinadas ao crivo da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O Pnuma é desconhecido do público em geral, mas é referência de especialistas em ambiente e em desenvolvimento. Foi o epicentro da solução ao problema do buraco na camada de ozônio - da criação do Protocolo de Montreal ao banimento dos gases que causavam o problema, os CFCs. Foi pioneiro, há mais de 20 anos, em estudar o potencial de energias alternativas, como eólica e solar. É de seus estudos que saiu a proposta de eliminar o chumbo dos combustíveis. Equipes do Pnuma são chamadas a ajudar depois de guerras como a do golfo Pérsico, para apontar estratégias de descontaminação. O Pnuma acaba de publicar um estudo para ajudar na recuperação de uma região no sul da Nigéria, no que pode vir a ser a maior operação de limpeza de poluição por petróleo já feita no mundo.
"O desenvolvimento econômico não pode continuar a usar os recursos naturais como se fossem eternos", diz o alemão Achim Steiner, 51, que nasceu no Rio Grande do Sul e dirige o Pnuma desde 2006. Ele falou ao Valor em seu escritório, em Nairóbi, e também por telefone, durante viagem a Copenhague. Aqui ele explica por que o consumo per capita tem que ser drasticamente reduzido, diz que não se deve temer a economia verde e justifica o quanto é importante dar valor econômico à natureza.
Veja a entrevista no link abaixo:
www.ihu.unisinos.br/noticias/508324-qoambientevirasempreemquartolugarq
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos
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Necessidade de conscientizar a Inversão para brecar a destruição do planeta.